Rui Costa critica Anvisa e rebate ministério sobre vacinação: "A Bahia tem refrigeradores e podemos adquirir mais"

O governador Rui Costa afirmou nesta quinta-feira, 3, que o Estado teria condições de vacinar boa parte da população com imunizantes para os quais há necessidade de conservação em baixíssimas tempera
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Publicado em 04/12/2020 às 10h50min - Autor: Redação

Em entrevista coletiva, o chefe do Executivo baiano rebateu os  argumentos do Ministério da Saúde, que colocou a questão como um  empecilho, o que não permitiria aprovar as vacinas da Pfizer e da  Moderna, por exemplo.

"O argumento de que algumas vacinas não podem ser utilizadas por  causa da refrigeração é frágil. A Bahia tem refrigeradores e podemos  adquirir mais para vacinar, se não todas as cidades, pelo menos nos  grandes centros", declarou o governador.

Mais cedo, o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, já havia  informado que o governo comprará equipamentos com o objetivo de  armazenar tais vacinas. "O governador Rui Costa autorizou a montagem de  uma rede de ultrafreezers de -80 °C para que a Bahia esteja preparada  para estocar e distribuir a vacina da Pfizer ou da Moderna, ambas  sintéticas, de RNA, a mais avançada tecnologia de vacinas do mundo,  quando forem aprovadas", escreveu o titular da Sesab, no Twitter.

Recentemente, a secretaria informou ao A TARDE que equipamentos deste  tipo "não estão disponíveis na rede de frios do estado e dos  municípios" e existem apenas no Lacen e Hemoba.

Segundo o governador, entretanto, a infraestrutura existente  permitiria vacinar a população de cidades como Salvador, Feira de  Santana, Ilhéus, Itabuna, Juazeiro e Teixeira de Freitas, por exemplo.  "Em Buritirama ou Santa Rita de Cássia, é menos provável. Mas não é  porque você não conseguiria fazer em todos os lugares que não dá para  fazer em nenhum", disse.

Rui ressaltou, porém, que os estados não têm competência para  negociar com farmacêuticas cujas vacinas não tenham sido aprovadas ainda  pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governador  criticou o órgão e pediu maior celeridade no processo. Para ele, a  Anvisa "está quase virando uma agência de vigilância ideológica".  "Nenhum estado, nenhum município, pode comprar vacina se não tiver  autorização da Anvisa. Se um ente privado, por exemplo, comprar vacina e  começar a aplicar sem autorização, estará cometendo um crime. Por isso,  não conseguimos entender o comportamento da Anvisa. Parece que está  criando obstáculos adicionais. Na minha opinião, o Brasil não deveria  escolher uma só vacina. Até porque é a concorrência que eventualmente  vai reduzir o preço. Quanto mais você restringe, está contribuindo para  aumentar o preço", avaliou.

"Há uma posição dos governadores de que essa aquisição deve ser  conduzida pelo governo federal. E muito menos os estados podem analisar a  eficácia das vacinas. Vamos ter o constrangimento em breve de ver  várias vacinas autorizadas pela União Europeia, pela autoridade  americana e o Brasil sequer ter aprovado uma. É questão de dias. Vamos  ficar sendo um dos últimos a analisar e eventualmente autorizar. E quem  fica atrás na autorização também fica atrás na aquisição", acrescentou.

Pandemia

O chefe do Executivo estadual reafirmou que nenhuma festa de final de  ano será autorizada, independentemente da quantidade de público.  Segundo o governador, o decreto que autoriza eventos com até 200 pessoas  não se aplica a festividades, e sim a reuniões comerciais ou  religiosas. O governador disse ainda que pedirá à Secretaria de  Segurança Pública que monitore e notifique estabelecimentos, como bares e  barracas, que estejam comercializando ingressos para festas de fim de  ano. A polícia poderá atuar, inclusive, para impedir a entrada de  pessoas nesses espaços, completou.

"É melhor segurar a festa do que ter que fechar estabelecimentos que  geram emprego e renda para a população. Acho que a gente suporta ficar  um verão sem festa. Chamo a atenção para as pessoas não comprarem  [ingressos], porque vão perder o dinheiro", declarou.

Sobre o cenário da pandemia no estado, Rui fez coro ao que tem dito  Vilas-Boas. "O volume ainda não nos permite afirmar que temos uma  segunda onda, mas o ritmo de crescimento permite afirmar que, em 10  dias, se não revertermos, teremos a maior onda que a Bahia já viveu. O  vírus está disseminado no estado inteiro. Lá atrás, apenas 150  municípios tinham Covid, que foi lentamente chegando às cidades. Agora,  já existe em todas as cidades e está em crescimento acelerado", disse.


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